ENEM: Hereditariedade e Diversidade
Mutações Gênicas e Cromossômicas
ENEM 2009 - 1º Dia Caderno 1 Azul
Questão 33. Os ratos Peromyscus polionotus encontram-se distribuídos em ampla região na América do Norte. A pelagem de ratos dessa espécie varia do marrom claro até o escuro, sendo que os ratos de uma mesma população têm coloração muito semelhante. Em geral, a coloração da pelagem também é muito parecida à cor do solo da região em que se encontram, que também apresenta a mesma variação de cor, distribuída ao longo de um gradiente sul-norte. Na figura, encontram-se representadas sete diferentes populações de P. polionotus. Cada população é representada pela pelagem do rato, por uma amostra de solo e por sua posição geográfica no mapa.
O mecanismo evolutivo envolvido na associação entre cores de pelagem e de substrato é
a) a alimentação, pois pigmentos de terra são absorvidos e alteram a cor da pelagem dos roedores.
b) o fluxo gênico entre as diferentes populações, que mantém constante a grande diversidade interpopulacional.
c) a seleção natural, que, nesse caso, poderia ser entendida como a sobrevivência diferenciada de indivíduos com características distintas.
d) a mutação genética, que, em certos ambientes, como os de solo mais escuro, têm maior ocorrência e capacidade de alterar significativamente a cor da pelagem dos animais.
e) a herança de caracteres adquiridos, capacidade de organismos se adaptarem a diferentes ambientes e transmitirem suas características genéticas aos descendentes.
Correção
a) a alimentação, pois pigmentos de terra são absorvidos e alteram a cor da pelagem dos roedores.
A alimentação não é mecanismo evolutivo.
b) o fluxo gênico entre as diferentes populações, que mantém constante a grande diversidade interpopulacional.
O fluxo gênico, também chamado de migração, é qualquer movimento de genes de uma população para a outra. Se os genes são transportados de uma população para outra, o fluxo gênico é uma fonte muito importante para a variação genética. No texto não fala sobre migração entre as populações de ratos.
c) a seleção natural, que, nesse caso, poderia ser entendida como a sobrevivência diferenciada de indivíduos com características distintas.
A seleção natural consiste em selecionar indivíduos mais adaptados a determinada condição ecológica, eliminando aqueles que possuem alguma desvantagem para essa mesma condição. No caso descrito no texto, a condição ecológica observada é a cor da pelagem dos ratos. Inicialmente, existem, no local, ratos com pelagem de várias cores. Contudo, ratos com cor de pelagem parecida com a cor do solo do lugar ficam camuflados, sendo, por isso, menos predados e com maior chance de deixar descendentes. Com o passar do tempo, apenas ratos com essa cor de pelagem passam a existir no local, o que é demonstrado no texto.
d) a mutação genética, que, em certos ambientes, como os de solo mais escuro, têm maior ocorrência e capacidade de alterar significativamente a cor da pelagem dos animais.
A mutação genética é a mudança ocasional que ocorre nos genes, ou seja, é o procedimento pelo qual um gene sofre uma mudança estrutural. A mutação proporciona o aparecimento de novas formas de um gene e, consequentemente, é responsável pela variabilidade genica. Contudo, não é citado no texto que o solo tenha capacidade de causar mutações.
e) a herança de caracteres adquiridos, capacidade de organismos se adaptarem a diferentes ambientes e transmitirem suas características genéticas aos descendentes.
A herança de caracteres adquiridos corresponde a alterações no corpo do organismo provocadas pelo uso ou desuso que são transmitidas aos descendentes. Essa afirmativa é uma das leis da teoria evolutiva proposta pelo naturalista francês Lamark, em 1809. Contudo, esta lei se mostrou, com tempo, errada.
Resposta correta: letra c.
Referências
BRASIL ESCOLA. Brasil
Escola, 2017. Disponivel em:
<http://brasilescola.uol.com.br/biologia/mutacoes-genicas.htm>. Acesso
em: 21 Fevereiro 2017.
SÓ BIOLOGIA. Só
Biologia, 2017. Disponivel em:
<http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Evolucao/evolucao14.php>. Acesso
em: 21 Fevereiro 2017.
ENEM 2015 - 1º Dia Caderno 1 Azul
Questão 66. A cariotipagem é um método que analisa células de um indivíduo para determinar seu padrão cromossômico. Essa técnica consiste na montagem fotográfica, em sequência, dos pares de cromossomos e permite identificar um indivíduo normal (46, XX ou 46, XY) ou com alguma alteração cromossômica. A investigação do cariótipo de uma criança do sexo masculino com alterações morfológicas e comprometimento cognitivo verificou que ela apresentava fórmula cariotípica 47, XY, +18.
A alteração cromossômica da criança pode ser classificado como
a) estrutural, do tipo deleção.
b) numérica, do tipo euploidia.
c) numérica, do tipo poliploidia.
d) estrutural, do tipo duplicação.
e) numérica, do tipo aneuploidia.
Correção
Alteração cromossômica consiste em alterações numéricas e estruturais dos cromossomos.
Alterações numéricas dos cromossomos correspondem à perda ou ao acréscimo de um ou mais cromossomos e podem ser de dois tipos: euploidias e aneuploidias. Euploidias são alterações que envolvem todo o genoma, originando células cujo número de cromossomos é um múltiplo exato do número característico da espécie. Os principais tipos de euploidias são:
Haploidia (n) - quando os cromossomos apresentam-se em dose simples como nos gametas. A haploidia pode ser um estado normal em alguns organismos. É considerado anormal quando ocorre nas células somáticas de organismos diploides e, nesse caso, os indivíduos excepcionais haploides são pequenos ou geralmente estéreis.
Poliploidia - quando os cariótipos são representados por três (triploidia, 3n), quatro (tetraploidia, 4n) ou mais genomas. As poliploidias, embora inexpressivas em animais, são comuns nas plantas, constituindo um importante mecanismo evolutivo destas. Na espécie humana não se conhecem indivíduos que sejam totalmente poliploides (3n ou 4n). Quase todos os casos de triploidia ou tetraploidia são observados em abortos espontâneos. Os raros casos relatados que chegaram a termo (3n) eram natimortos ou tiveram morte neonatal.
As aneuploidias são alterações que envolvem um ou mais cromossomos de cada par, dando origem a múltiplos não exatos do número haploide característico da espécie. Elas decorrem da não disjunção ou não separação de um ou mais cromossomos durante a anáfase I e/ou II da meiose ou na anáfase da(s) mitose(s) do zigoto. A não disjunção ocorre mais frequentemente durante a meiose e pode se dar tanto na primeira como na segunda divisão. Se ela ocorrer na primeira divisão, o gameta com o cromossomo em excesso, uma vez de ter apenas um dos cromossomos de um determinado par, sendo um de origem materna e o outro de origem paterna. Se a não disjunção ocorrer na segunda divisão meiótica, ambos os cromossomos do mesmo par (no gameta que ficou com o excesso de cromossomos) serão de origem idêntica: ou materna ou paterna.
Alterações estruturais são mudanças na estrutura dos cromossomos, que resultam de uma ou mais quebras em um ou mais cromossomos, com subsequente reunião em uma configuração diferente, formando rearranjos balanceados ou não. Nos rearranjos balanceados, o complemento cromossômico é completo, sem perda nem ganho de material genético. Consequentemente, os rearranjos balanceados são praticamente inofensivos, com exceção dos raros casos em que um dos pontos de quebra danifica um gene funcional importante.
Quando um rearranjo cromossômico é não balanceado, o complemento cromossômico contém uma quantidade incorreta de material cromossômico e os efeitos clínicos são geralmente muito graves.
As alterações na estrutura dos cromossomos são classificados em dois tipos: aqueles nas quais há alteração no número de genes - deleções, duplicações, cromossomos em anel e isocromossomos - e aquelas nas quais a mudança na localização dos genes - inversões e translocações.
Como o cariótipo é 47, XY, +18, houve um acréscimo de um cromossomo, no caso o cromossomo 18, este tipo de alteração é classificada como numérica, e, como ocorreu em apenas em cromossomo, é do tipo aneuploidia.
Resposta correta: letra e.
Referência
BORGES-OSÓRIO, M. R.;
ROBINSON, W. M. Genética Humana. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
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