Questão 47 (Caderno Azul)
Nesta postagem vamos tratar de uma questão de biologia do ENEM 2015. Será dada a questão, sua correção e feedback relacionado a todas as alternativas.
Questão 47 (Caderno Azul)
Questão 50 (Caderno Amarelo)
Questão 89 (Caderno Branco)
Questão 86 (Caderno Rosa)
Durante
a
aula, um professor apresentou uma
pesquisa nacional
que mostrava que o consumo de sódio
pelos adolescentes
brasileiros é superior ao determinado
pela Organização
Mundial da Saúde. O professor, então,
destacou que
esse hábito deve ser evitado.
A
doença associada a esse hábito é a
a)
obesidade.
b)
osteoporose.
c)
diabetes tipo
II.
d)
hipertensão arterial.
e)
hipercolesterolemia.
A questão se inicia com um texto indicando o tema: doenças do corpo humano. A pergunta é simples e oferece 5 alternativas, mas apenas uma é a correta.
A resposta correta dessa questão é a letra hipertensão arterial, letra d.
Feedback da questão correta:
A hipertensão arterial é uma doença caracterizada pela elevação dos níveis tencionais do sangue. Quando
o seu coração bate, ele contrai e bombeia sangue pelas artérias para o resto do
seu corpo. Esta força cria uma pressão sobre as artérias, chamada de
pressão arterial sistólica, cujo valor normal é 120 mmHg (milímetro de
mercúrio). Uma pressão arterial sistólica de 140 ou mais é considerada
hipertensão. Há também a pressão arterial diastólica, que indica a pressão nas
artérias quando o coração está em repouso, entre uma batida e outra. Um número
normal de pressão arterial diastólica é inferior a 80, sendo que igual ou
superior a 90 é considerada hipertensão
Esse número 120 mmHg/80 mmHg deu origem a expressão conhecida como 12/8, muito utilizada entre os médicos e enfermeiros.
Na
maioria dos casos, a hipertensão pode ser hereditária, mas
também pode estar relacionada com doenças (ex. distúrbios da glândula tireoide
ou suprarrenal).
Fatores
de risco (são
condições biológicas e psicossociais que, quando presentes em determinados
grupos de população, estão associadas a uma maior probabilidade de
desenvolvimento de um determinado transtorno, por parte desta população)
- Fumo;
- Bebidas alcoólicas;
- Obesidade;
- Estresse;
- Grande consumo de sal;
- Altos níveis de colesterol;
- Sedentarismo;
- Diabetes.
Como o grande consumo de sal é o item que norteia a questão, está alternativa é a correta.
Feedback das Questões Erradas:
Obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura. Para diagnóstico em adultos, o parâmetro mais
utilizado é índice de massa corporal (IMC).
IMC = peso/altura²
Uma pessoa com peso normal apresenta
um IMC entre 18,5-24,9 e uma pessoa considerada obesa apresenta um IMC igual ou
acima de 30.
As causas da obesidade são muitas:
patrimônio genético, maus hábitos alimentares e disfunções endócrinas. Mas não
podemos associar ao consumo excessivo de sódio, portanto a resposta obesidade
(letra a) não satisfaz a pergunta.
Osteoporose é uma doença
caracterizada pela diminuição progressiva da massa óssea, com
modificações na estrutura trabecular, levando a diminuição da resistência óssea
e a um maior risco de fraturas.
No corpo humano há células
responsáveis pela formação óssea e outras pela reabsorção óssea. O tecido ósseo
vai envelhecendo com o passar do tempo, assim como todas as outras células do
corpo.
O tecido ósseo velho é destruído pelas
células chamadas osteoclastos e criados pelas células reconstrutoras, os
osteoblastos.
Esse processo de destruição das
células é chamado de reabsorção óssea, que fica comprometido na osteoporose,
pois o corpo passa a absorver mais osso do que produzir ou então não produzir o
suficiente.
Alguns
problemas que podem interferir na formação dos ossos, gerando a osteoporose:
- Deficiência de cálcio;
- Envelhecimento e menopausa;
- Doenças e medicamentos (ex. hiperparatireoidismo).
Como o sódio não interfere na reabsorção óssea nem formação de novos ossos, esta resposta não é correta.
Embora a diabetes tipo II tenha sido o único tipo a ser mencionado, acho melhor esclarecer os outros tipos de diabetes também. Mas antes precisamos entender alguns aspectos, começando pelo pâncreas.
O
pâncreas é um órgão que produz
alguns hormônios importantes para nosso sistema digestivo. Em condições
rotineiras, quando o nível de glicose no sangue sobe, células especiais,
chamadas células beta, produzem insulina. Esta
substância atua transportando a glicose do sangue até as
células
do corpo. Assim,
quando se
tem diabetes, o corpo não produz insulina ou não produz o suficiente, ou ainda
a insulina produzida não funciona adequadamente. Daí o aumento da quantidade de
glicose no sangue.
A diabetes do tipo I, o sistema
imunológico ataca as células
beta
do pâncreas. Logo,
pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo,
e a
glicose fica no sangue, em vez de ser usada como energia.
Ocorrência
entre 5 e 10%
do total de pessoas com diabetes.
Aparece geralmente
na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Essa
variedade é sempre tratada com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e
atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.
A diabetes do tipo II aparece
quando
o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz; ou não
produz insulina suficiente para controla a taxa de glicemia.
Cerca de
90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2. Ele se manifesta mais frequentemente
em adultos, mas crianças também podem apresentar. Dependendo da gravidade, ele
pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros
casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a
glicose.
Diabetes Latente Autoimune
do Adulto (LADA) ocorre
com algumas pessoas que são diagnosticadas com o Tipo 2 desenvolvem um processo
autoimune e acabam perdendo células beta do pâncreas.
Diabetes Gestacional ocorre durante a
gravidez. Para permitir o desenvolvimento do bebê, a mulher passa por mudanças em
seu equilíbrio hormonal. A placenta, por exemplo, é uma fonte importante de
hormônios que reduzem a ação da insulina, responsável pela captação e
utilização da glicose pelo corpo.
O pâncreas, consequentemente, aumenta
a produção de insulina para compensar este quadro. Em algumas mulheres,
entretanto, este processo não ocorre e elas desenvolvem um quadro de diabetes
gestacional, caracterizado pelo aumento do nível de glicose no sangue. Quando o
bebê é exposto a grandes quantidades de glicose ainda no ambiente intrauterino,
há maior risco de crescimento excessivo (macrossomia fetal) e,
consequentemente, partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até de obesidade
e diabetes na vida adulta
O termo pré-diabetes é usado quando os
níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas não o
suficiente para um diagnóstico de Diabetes Tipo 2. Obesos, hipertensos e
pessoas com alterações nos lipídios estão no grupo de alto risco.
É importante destacar que 50% dos
pacientes nesse estágio 'pré' vão desenvolver a doença. O pré-diabetes é
especialmente importante por ser a única etapa que ainda pode ser revertida ou
mesmo que permite retardar a evolução para o diabetes e suas complicações.
Fatores de Risco para Diabetes Tipo II:
- Idade acima de 45 anos;
- Obesidade e sobrepeso;
- Diabetes gestacional anterior;
- Histórico familiar de diabetes do tipo II;
- Pré-diabetes;
- Sedentarismo;
- Baixos níveis de colesterol HDL;
- Triglicerídeos elevados;
- Hipertensão;
- Consumo elevado de álcool.
O consumo de sódio não interfere na podução de insulina pelas células beta, portanto esta não é a questão correta.
Hipercolesterolemia é
a quantidade de colesterol acima de 200 mg/dL
de sangue. Existem três tipos de colesterol: lipoproteína de alta densidade
(HDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de muito baixa
densidade (VLDL). O LDL se acumula na paredes das artérias, formando placas de
gordura, que podem levar a obstrução do fluxo de sangue.
A
hipercolesterolemia
isolada não manifestas sintomas, sendo estes resultantes das moléstias
consequentes a ela, como, por exemplo, um infarto agudo do miocárdio. Certos
tipos de hipercolesterolemia
levam ao surgimento de alguns sinais clínicos, como:
- Xantoma, que consiste em lesão epitelial que se apresenta sob a forma de nódulo ou placa, decorrente do acúmulo de colesterol em macrófagos;
- Xantelasma palpebral, que são manchas de coloração amarelada na periferia dos olhos;
- Arco senil, que consiste em uma descoloração esbranquiçada ao redor da córnea.
O
excesso de colesterol sanguíneo também é responsável pelo aparecimento de aterosclerose, uma
condição em que ocorre o acúmulo de placas de gordura, colesterol e outras
substâncias nas paredes das artérias, o que restringe o fluxo sanguíneo e pode
levar a graves complicações de saúde.
O consumo de sódio não eleva a concentração do colesterol no sangue, invalidando está alternativa (letra e).
Bibliografia
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1) Caso.
ResponderExcluirJ.C.S. de 53 anos hipertenso, diabético com história anterior que realizou cirurgia raquimedular na região C5 e C6 no dia 25/04/21, no Hospital Universitário de Ribeirão Preto . Paciente apresentando febre constante, ITU e úlcera de pressão em região lombo sacra com 8 cm de tamanho, secreção purulenta de odor fétido e tecido necrosado no local. Diante a esta situação, quais os cuidados de enfermagem que este paciente deve ser assistido pela equipe multiprofissionais.